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Vigília pela Palestina exige fim do genocídio

Com ato em Porto Alegre, representantes dos movimentos sindical e social manifestam solidariedade ao povo palestino e pedem o fim dos ataques israelenses na Faixa de Gaza

Publicado: 21 Julho, 2014 - 00h00

Música, bandeiras, balões nas cores vermelho, verde, preto e branco, velas, pessoas com keffyeh (lenço palestino) e cartazes mudaram o cenário do movimentado Largo Glênio Peres, em Porto Alegre, no final da tarde desta quarta-feira, 16, na vigília pela Palestina.
A atividade, promovida pela Federação Árabe Palestino-Brasileira (Fepal) em conjunto com movimentos sociais e sindical, pedia o fim dos ataques israelenses na Faixa de Gaza.
Desde o dia 8 de julho, Israel já matou 194 civis inocentes e deixou 1.390 feridos (a maioria crianças, mulheres e idosos). 50% do território palestino está sem luz, um terço da população não tem acesso à água potável e cerca de 16 mil palestinos estão em alojamentos.
“Convocamos a sociedade para refletir sobre o assunto e junto conosco exigir que Israel pare com essa atrocidade. Precisamos furar o bloqueio da mídia que vende o que acontece lá como uma guerra. Porém, o que acontece na Faixa de Gaza não é uma guerra, é um genocídio”, afirmou o presidente da CUT-RS, ClauNespolo, na abertura do ato.
O dirigente relatou sua visita à Faixa de Gaza e lembrou o muro de cimento de 8 metros e com mais de 700 km de largura que segrega o povo palestino: “foi a coisa mais absurda que já vi, separa famílias e humilha trabalhadores que precisam passar pelo muro todos os dias, são montados postos de fiscalização.”
Nespolo lembrou ainda que há 66 anos, ocorria a fundação do Estado de Israel e começava o massacre sobre o povo palestino. “A CUT tem um compromisso com a luta pela afirmação da paz. Uma das primeiras resoluções da nossa Central, na década de 80, era sobre a necessidade de se cumprir a decisão da ONU, que previa também, a criação do estado Palestino”, contou ele.
O presidente da Fepal, Elayyan Alladin, agradeceu o apoio dos porto-alegrenses e disse que a entidade está mobilizada em todo o Brasil. “Todos os povos que lutam por justiça tem que sair às ruas e peque Israel pare com os ataques”, acredita ele.
Alladin denunciou que muitas empresas e governos ao redor do mundo colaboram com a máquina de guerra israelense. “Às vezes, falar sobre o que acontece na Faixa de Gaza pode parecer algo muito distante de nós, mas não é. Por isso, não podemos permitir que este genocídio continue.”
Fora Elbit

Uma das empresas que tem ligação com Israel é a AEL Sistemas, situada na zona norte de Porto Alegre. A empresa gaúcha é subsidiária da Elbit Systems, que constrói o muro que encerra as comunidades palestinas em suas aldeias e elabora, também, os VANTs que matam palestinos e civis em tudo o mundo.
Há subsidiárias da Elbit Systems em diversas regiões do mundo, que indiretamente contribuem para o poder bélico de Israel.
O uso do dinheiro público para financiar a indústria de guerra também foi condenado pelos manifestantes. A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) aprovou 5 milhões em financiamento (de uma demanda de 43 milhões) e quatro universidades gaúchas (UFRGS, UFSM, PUCRS e Unisinos) estão associadas à pesquisa e produção de satélites militares.
A suspensão desses convênios foi defendida pelos participantes como forma de boicote a Israel e apoio à Palestina. Assim como o cancelamento de negociações comerciais com o Estado de Israel, por parte dos governos.
Pelo fim do genocídio
Os presentes manifestaram seu apoio e solidariedade com o povo palestino. A argentina e integrante do coletivo Mulheres Rebeldes, Marian Pessah, segurava um cartaz escrito: “sou judia e sou contra todo o tipo de genocídio” e foi convidada a se pronunciar.
“Nem todos os judeus compactuam com essa violência. Esse ódio é algo construído, não vem das pessoas. Estou muito feliz de estar aqui com amigos independente das nacionalidades e religiões”, afirmou Marian.
Em outro momento, muçulmanos realizaram uma reza islâmica pelas vítimas deste genocídio. Enquanto os presentes mantinham silêncio, o grupo orava em árabe.
No encerramento do ato, a integrante da Fepal, Fátima Ali, afirmou que este é o maior e mais longo holocausto da história. “As armas que o Estado de Israel vende para o mundo, são testadas nos palestinos. Precisamos lutar por eles, para que os palestinos tenham assegurado o direito mais básico do ser humano, o de viver”, finalizou.
Atualmente, mais de seis milhões de palestinos vivem como refugiados em todo o mundo e nos territórios ocupados. Cerca de 50 mil vivem no Brasil, no Rio Grande do Sul moram mais de 20 mil palestinos.
Fonte: CUT Nacional