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Trabalhadores não aceitarão renúncia de Dilma nem novas eleições

Na abertura oficial do II Congresso Extraordinário da Confetam, dirigentes cutistas rechaçaram a proposta de renúncia da presidente da República e uma eventual convocação de eleições

Publicado: 29 Abril, 2016 - 11h02

Escrito por: Confetam/CUT

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Secretário adjunto de Finanças da CUT Brasil na abertura do Congresso da Confetam

“Não aceitaremos qualquer governo que não seja o da presidente eleita com 54 milhões de votos”. O recado foi dado pela presidente da Central Única dos Trabalhadores de Santa Catarina (CUT/SC), Anna Júlia Rodrigues, na noite desta quarta-feira (27), durante abertura oficial do II Congresso Extraordinário da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), realizada no auditório da Escola Sindical Sul, em Florianópolis.

Anna Júlia rechaçou a proposta de renúncia de Dilma Rousseff para que sejam convocadas novas eleições e preservados os direitos políticos da presidente, que pode ficar inelegível por oito anos se o impeachment passar no Congresso Nacional. “Qualquer eleição agora é legitimar o golpe”, argumentou.

Para a presidente da CUT/SC a prioridade no momento é colocar os trabalhadores nas ruas com o objetivo de pressionar os senadores a votarem contra o impedimento e construir o maior 1º de Maio já visto no Brasil. “Essa deve ser a nossa agenda: pressionar os senadores para que respeitem a legitimidade do voto do povo brasileiro. Vamos derrubar o golpe nas ruas”, defendeu.

Agenda contra o golpe

Representando o presidente da CUT Brasil, Vagner Freitas, o secretário adjunto de Finanças da entidade, Aparecido Donizeti Silva, afirmou que as manifestações de rua contra a deposição da presidente continuarão após o Dia do Trabalhador.

A próxima agenda está marcada para o dia 10 de maio, véspera da votação no Senado, prevista para 11 de maio. “No dia 10, ocorrerão manifestações em todos os setores e estados brasileiros, com paralisações nas montadoras, caminhadas pelas ruas e atividades de construção da greve geral”, adiantou Donizete.

Ele destacou a responsabilidade de os dirigentes da categoria dos municipais, que reúne cerca de 1,4 milhão de trabalhadores em todo o Brasil, liderarem nas bases o processo de resistência ao golpe. “Liderança é diferente de militância. Temos de mostrar aos servidores o que está em xeque, que não é o mandato da presidente, nem o combate à corrupção, mas o projeto democrático popular implantado no Brasil a partir de 2003”, afirmou, em referência ao primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O dirigente da CUT Nacional reforçou que, caso a destituição ilegal da presidente seja confirmada, a entidade não dará trégua ao vice-presidente Michel Temer (PMDB). “A Central Única dos Trabalhadores não reconhecerá nenhum governo golpista. Não teremos diálogo com governos não eleitos democraticamente pelo povo”, disse. Segundo ele, uma eventual renúncia de Dilma não terá, em hipótese alguma, o apoio da entidade.

Dirigentes não se intimidam

Ao final das falas dos convidados, a presidente da Confetam, Vilani Oliveira, apresentou toda a direção da entidade para os servidores municipais presentes. “Esta é uma equipe que nos dá muito orgulho. É este o time que comanda a luta dos trabalhadores municipais dentro e fora do país. São eles que enfrentam prefeitos com concepção de coronéis, que sofrem práticas antissindicais e nunca nenhum deles se intimidou”, elogiou.   

Vilani lembrou que os golpistas também estão encastelados nas prefeituras, golpeando os trabalhadores. Daí a grande responsabilidade destes dirigentes reagirem com firmeza à tentativa de impeachment, conscientizando os servidores e conversando com as comunidades. “Nosso apelo é um chamamento para lutarmos enquanto há tempo, para depois não lamentarmos pela perda dos nossos direitos”, convocou.