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Talvez o que falta ao presidente (Bolsonaro) é conhecimento, diz Manuela d’Ávila no Ceará

Jornalista e ex-candidata a vice-presidente da República na chapa de Fernando Haddad, Manuela d’Ávila lança o livro “Revolução Laura”.

Publicado: 10 Abril, 2019 - 16h17

Escrito por: Fetamce

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Em passagem por Fortaleza para lançar o livro “Revolução Laura – Reflexões sobre maternidade e resistência”, a jornalista e ex-candidata a vice-presidente da República, Manuela d’Ávila, participou de coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (10/04) na Assembleia Legislativa do Ceará. Uma das principais liderança do PCdoB, Manuela comentou a situação do país e resumiu os 100 dias do Governo Bolsonaro: “Não teve nada”.

Ex-vereadora por Porto Alegre (RS), deputada federal por dois mandatos e, mais recentemente, parlamentar por seu estado, a jornalista, que concluiu um mestrado e um livro em meio à campanha presidencial, criticou a ingovernabilidade que tomou conta de Brasília. “O Governo precisa se repactuar internamente, não por outra coisa, mas porque o Brasil precisa gerar empregos pro seu povo. Eu queria muito que o pacote de segurança fosse de fato eficaz (…). Os problemas de segurança assolam o país e o governo não apresenta absolutamente nada (de concreto)”, destaca.

Sobre as recentes declarações de Bolsonaro, que disse esperar que os estudantes comecem a não se interessar por política nas escolas, Manuela d’Ávila retrucou, destacando o medo que o mandatário tem do conhecimento científico: “Talvez o que falta ao presidente é conhecimento. Talvez ele ache que a pessoa que estuda, que adquire consciência, vai ser sempre de esquerda”, ironizou.

Revolução Laura

A jovem liderança comunista destacou os problemas gerados pela construção patriarcal e como isso inclusive as mulheres que conseguem, apesar de todos os obstáculos, ingressar na política. “A maternidade fez uma revolução. Eu conclui que não entendia nada de ser mulher na política e no espaço público até ser mãe. É um livro sobre as sutilezas que nos tiram do espaço público e nos deixam em casa”, explicou, evidenciando as descobertas, as dificuldades, as alegrias e os preconceitos enfrentados.

Manuela tratou ainda de feridas adquiridas ainda durante os últimos anos, como a agressão sofrida pela filha Laura simplesmente por seu parentesco com ela e o inferno vivenciado durante a última campanha eleitoral, provocado pelas informações fraudulentas veiculadas nas redes sociais pelos apoiadores do atual presidente.

Sobre isso, d’Ávila manifestou uma outra preocupação. Para ela, o crescimento das estatísticas de violência contra a mulher e mesmo a sua versão mais trágica, o feminicídio, está influenciado pela cortina de ódio e legitimação das opressões lançada desde o Planalto. “Foi o janeiro mais sangrento da história do Brasil para as mulheres. (…) Isso está associado aos atos do governo Bolsonaro, da Ministra Damaris”, disse em alusão às mensagens e atos institucionais contra os direitos das mulheres, de LGBTI+ e negros produzidos pelos novos representantes do país.

Lançamento

O livro “Revolução Laura” será lançado na Capital na noite de hoje (10/04), às 18 horas. O evento acontece na Unipace – Escola Superior do Parlamento Cearense (rua Barbosa de Freitas, 2674) e contará com sessão de autógrafos, vendas de exemplares da obra e um momento com bate-papo com os presentes. Os deputados estaduais Augusta Brito (PCdoB) e Carlos Felipe (PCdoB) participam do evento.