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Terceirização provoca caos no serviço funerário do município de São Paulo

O alerta é do secretário de Imprensa do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindsep/SP), João Batista Gomes. Remoções de corpos estão demorando horas por incompetência de empresa contratada

Publicado: 12 Março, 2021 - 15h06

Escrito por: Redação CUT

JOÃO SANTANA/SINDSEP
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A terceirização da mesa de trafego dos sepultamentos na cidade de São Paulo está provocando um caos no Serviço Funerário Municipal no momento em que a pandemia do novo coronavírus se agravou com uma variante mais letal e transmissível, que está lotando os hospitais e os cemitérios.

A denúncia é do diretor Executivo da CUT e secretário de Imprensa do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep), João Batista Gomes, o Joãozinho.

De acordo com ele, os trabalhadores do Serviço Funerário denunciaram a irresponsabilidade do prefeito Bruno Covas (PSDB) de  terceirizar a mesa de tráfego dos sepultamentos na cidade no momento mais grave da pandemia.

Até 31 de dezembro do ano passado, a capital paulista registrava 15.587 mortes por Covid-19 e a cidade tinha 482.522 casos confirmados da doença. Nesta quinta-feira (11), o total de mortes desde o início da pandemia pulou para 19.353 e o de casos para 661.646 – só ontem foram registradas 440 mortes provocadas pela doença.                      

Segundo Joãozinho, com a terceirização, os sepultamentos estão sendo feitos com atrasos no recolhimento dos corpos, mais de um carro está indo aos locais para retirar o mesmo corpo e as famílias estão sofrendo ainda mais com a má gestão e confusão gerada pela falta de competência da empresa contratada.

“Ontem, o Serviço Funerário colocou para administrar os carros que fazem as remoções uma empresa terceirizada e está um caos. As remoções estão atrasando de 6 a 8 horas. A situação está a mesma nesta sexta-feira (12)”.

“Tem enterro sendo feito até às 19h e os cemitérios não estão preparados para enterrar até esse horário porque não tem iluminação. Além disso, a jornada dos sepultadores se encerra às 18 e a dos trabalhadores terceirizados, também sepultadores, que é e 8h encerra as 16h. Eles foram obrigados a ficar até às 19h sem recebem pelas horas extras”, completa Joãozinho.

“É um escárnio o que faz a prefeitura de São Paulo está fazendo com os trabalhadores e com as famílias que, na hora mais difícil de suas vidas, têm de esperar horas pelo carro para remover o corpo do ente querido”, afirma o dirigente indignado, ressaltando que nesta sexta foi na garagem e comprovou que o caos está formado.

Segundo Joãozinho, nesta quinta teve duplicidade e a empresa chegou a mandar 2 a 3 carros para buscar o mesmo corpo. “O carro chegava e o corpo já tinha sido retirado”, disse.

“Cadê o prefeito?”, questiona o dirigente, afirmando que Bruno Covas faz coletivas de imprensa, mas não se preocupa de fato com a cidade nem com a população.

“O desmonte do serviço público funerário mostra descaso com a dor das famílias. O mesmo acontece na saúde, assistência social,  educação”, pontua Joãozinho.

“No meio do agravamento da pandemia, com aumento de mortes e contaminações, o Serviço Funerário entrou numa aventura e quem paga é a família que fica o dia todo aguardando a hora que o carro de remoção vai chegar”, critica o dirigente que pediu o apoio da imprensa para denunciar a situação, cobrar do prefeito que desaparece.

“Alguém viu o prefeito Bruno Covas hoje”, questiona Joãozinho mais uma vez, complementando: “Parece que a cidade não tem prefeito e o povo está morrendo sem UTI e esse caos no Serviço Funerário. Ele não é muito diferente do negacionista Jair Bolsonaro. Se diz a favor da ciência, mas faz a mesma coisa que Bolsonaro”.

UTIs lotadas

A taxa de ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) nas redes pública e privada da capital paulsita chegou a 84% nesta quinta-feira (11) e bateu novo recorde. Na quarta-feira (10), essa taxa era de 83%.

Há quase um mês esses números não param de crescer nos hospitais da cidade. No dia 15 de fevereiro, 67% dos leitos de terapia intensiva estavam ocupados na capital. Desde então, as internações aumentaram, e a taxa disparou.