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Servidores de Joinville voltam ao trabalho, mas mantêm estado de greve

Greve vitoriosa barrou dois projetos de lei da Prefeitura que prejudicavam os servidores municipais: um foi arquivado e o outro teve a votação suspensa na Câmara Municipal.

Publicado: 03 Março, 2020 - 18h03

Escrito por: Sinsej

Carol Kraemer Chiquetti
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Assembleia dos servidores municipais definiu da suspensão da greve

A assembleia geral dos servidores públicos municipais de Joinville (SC) realizada na tarde deste dois de março, na Câmara Municipal, decidiu suspender a greve, retomar o Estado de Greve e manter a ocupação da ante-sala do gabinete do prefeito patrão Udo Döhler. Também decidiu por uma nova paralisação com assembleia geral dia 18 de março, às nove horas da manhã, em frente à Prefeitura Municipal.

A direção do Sindicato dos Servidores Municipais de Joinville (Sinsej) defendeu a continuidade da greve que completou 14 dias e avalia o movimento paredista vitorioso desde o início. “-Saímos dessa Greve com cabeça erguida, com duas vitórias importantes desde o início: a rejeição do Projeto de Lei Complementar 51/2019, que extinguia o cargo de supervisor II e criava gratificação para 30 servidores indicados na Secretaria de Educação, como também o adiamento da votação do PLC 03/2020”, referente ao Ipreville, na Comissão de Legislação da Câmara de Vereadores, ressalta a presidenta do Sindicato, Jane Becker. “Se não estivéssemos na Câmara, o projeto do Ipreville poderia ser aprovado rapidamente e sem discussão. Foi a nossa greve que trouxe essa conquista”, afirma.

Um pouco antes da Assembleia, o vereador Richard Harrison, presidente da Comissão de Legislação, se comprometeu a não colocar o projeto em votação sem que os vereadores decidam por outros encaminhamentos que discutam o projeto em audiência pública inclusive com os deputados federais que votaram o texto da Reforma da Previdência, atual Emenda Constitucional 103/2019, e com a presença de técnicos que esclareçam sobre a questão do aumento da alíquota.

Enquanto isso, a categoria ganha um fôlego para renovar energias e reunir mais servidores até 18 de março, data em que será avaliada a primeira reunião de negociação com o prefeito patrão Udo Döhler, marcada para dia 16. O primeiro ponto a ir pra mesa de negociação será o abono dos dias parados.

Ocupação continua

A continuidade da ocupação da ante-sala do gabinete do prefeito, até o dia da reunião é uma maneira de mostrar força e resistência e fazer o prefeito lembrar do tamanho desrespeito com que tratou os servidores. “Só vamos arredar o pé quando o prefeito nos atender”, afirmaram as diretoras Emanuele Prado, Elisete Souza, Diná Freitas e Angela Steffens, membro do Conselho de Representantes por Local de Trabalho. Elas ocupam o local desde o dia 20, último, quando o prefeito negou o 5º pedido de reunião feito pelo Sinsej.

Dia Nacional de Lutas

Dia 18 é também um dia nacional de lutas para defender nossos direitos que estão em risco caso sejam aprovadas a reforma administrativa e as propostas de emenda Constitucional 186, 187 e 188/2019, que compõem o Plano Mais Brasil, do governo federal. Elas põem em risco a estabilidade do servidor, possibilitam a redução de jornada e de salário e prejudicam o serviço prestado, já que a estabilidade foi criada para garantir a qualidade no serviço público. A estabilidade nos dá segurança de fazer nossa função com comprometimento à população, mesmo que esteja em desacordo com a ordem da chefia indicada. O presidente acabou de editar uma medida provisória (MP 922/20) que facilita a contratação de temporários no serviço público e sabemos o quanto ela é prejudicial. Não é somente Joinville que será afetada com essas medidas e precisamos barrar esses ataques.

Seguimos alertas

A diretoria do Sinsej parabeniza cada servidora e cada servidor que fez e faz parte deste movimento, pela disposição e garra nesses 14 dias de greve. Nossa luta é por direito, valor e respeito. Pedimos concurso público, melhores condições de trabalho e fim dos acúmulos de função para que a população não sofra mais para conseguir vagas nas escolas, nos postos de saúde, PAs e hospitais ou com a falta de segurança, saneamento e moradia.
Todos devem seguir atentos, organizados e mobilizados seja na Câmara, na Prefeitura e nos seus locais de trabalho. Dialogue com cada companheiro de trabalho para que compareça à assembleia dia 18 e denuncie qualquer assédio moral recebido por parte da chefia, porque lutar é direito.