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Reportagem da revista Ágora ganha prêmio Sangue Bom

Publicação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba obteve segundo lugar no prêmio, que reconhece melhores reportagens da imprensa paranaense

Publicado: 17 Outubro, 2016 - 15h05

Escrito por: Sismuc

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Equipe comemora prêmio Sangue Bom

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) realizou a 10ª edição do prêmio Sangue Bom. O evento tem o objetivo de reconhecer os melhores trabalhos jornalísticos ao longo de um ano realizados pela imprensa paranaense. Neste ano, o prêmio entregue na AABB, foi realizado juntamente com a comemoração dos 70 anos do sindicato. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) também foi premiado. A reportagem “24 horas num acampamento sem terra” ficou em segundo lugar na categoria “Reportagem para organizações sindicais, sociais e jornalismo independente”.

O texto foi publicado na revista Ágora, do Sismuc, na edição 5: “Me agredir não resolve o problema”. A matéria, de autoria de Paula Zarth Padilha e fotografada por Joka Madruga, é uma parceria entre o sindicato e o Portal “Terra Sem Males”, que produz jornalismo independente.

A reportagem trata do conflito agrário na região de Quedas do Iguaçu. No local há disputa entre os agricultores sem terra e a empresa Araupel, acusada de grilar terras da União. A revista foi lançada na semana em que trabalhadores foram supostamente assassinados em uma emboscada promovida pela polícia do Paraná. O evento aumentou o conflito na região.

Em “24 horas num acampamento sem terra”, Paula Padilha aborda a rotina de famílias em busca do sonho de moradia digna. O texto destaca: O acampamento tem uma população de 1,2 mil famílias, entre elas cerca de 400 crianças, é 70% estruturado com casas de madeira. Alguns permanecem em barracos de lona. Os pequenos luxos das moradias são uma lâmpada e uma tomada ligada à energia elétrica por casa, além de água encanada na pia. Também há estrutura de banheiro, ainda que as instalações sejam precárias.

Para a jornalista Paula Padilha, o prêmio está além do reconhecimento pelo trabalho que desenvolve no Terra Sem Males e nas contribuições que faz à revista Ágora. “Costumo dizer que fazemos nas reportagens de campo somente o básico do jornalismo, mas poucos profissionais se dedicam a isso. Por isso parece tão diferente nosso trabalho”, destaca.

Ela também chama atenção pela possibilidade de dar visibilidade a temas omitidos pela grande imprensa. “O mais gratificante foi ganhar com uma matéria dando visibilidade às lutas por terra pra plantar e por acesso à moradia contando as histórias de famílias do MST. É uma visibilidade que a mídia convencional e comercial não dá. A versão sem a criminalização ou sem o enfoque em algo que deu errado”, separa.

A reportagem da Ágora ficou em segundo lugar. Também foram premiadas as reportagens “Assédio moral na administração pública: quando quem julga é o assediador”, ficando em terceiro lugar, e a reportagem “A força da educação”, que levou o grande prêmio da categoria. Isso revela a força do jornalismo sindical e independente que vem crescendo cada vez mais e chamando atenção da população, explica o jornalista Manoel Ramires:

“No fim de semana ocorreu o 4º Encontro de Imprensa Sindical. Um dos temas discutidos foi justamente a necessidade do jornalismo sindical produzir conteúdos especializados e mais aprofundados para sua base e para a sociedade principalmente porque o jornalismo da grande mídia está em crise de credibilidade e conteúdo. Na revista Ágora buscamos abordar temas que são renegados ou deturpados pela grande mídia, trazendo uma visão dos trabalhadores sobre os problemas do nosso país, entre outros”, assinala.