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Prefeito de Maracanaú (CE) desconta salários dos professores em greve

O prefeito de Maracanaú (CE), Roberto Pessoa, descontou do salário de fevereiro dos professores da cidade os dias referentes à participação na greve e paralisações da categoria.

Publicado: 28 Fevereiro, 2022 - 12h37

Escrito por: Thiago Marinho

Divulgação
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Na última sexta (25), os professores foram surpreendidos com as reduções nos contracheques.

O prefeito de Maracanaú (CE), Roberto Pessoa, descontou do salário de fevereiro dos professores da cidade os dias referentes à participação na greve e paralisações da categoria. Na última sexta (25), os professores foram surpreendidos com as reduções nos contracheques.

Em alguns casos, foram subtraídos entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil da remuneração já defasada dos educadores, que lutam pelo reajuste de 33,24%, de acordo com o cálculo da Lei do Piso Nacional do Magistério. Há casos de funcionários públicos que possuem empréstimo consignado e podem ter os proventos quase zerados.

Ao impor um reajuste de apenas 14,26% para a classe e se negar a negociar com o movimento, o gestor foi apelidado de “inimigo da educação”. Entre as grandes cidades da Região Metropolitana de Fortaleza, Maracanaú é a que oferece a pior remuneração para os profissionais do magistério.

Segundo a presidenta da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam-CUT), Jucelia Vargas, a greve em Maracanaú é um grande ato de coragem contra uma prefeitura que não valoriza a educação. “Quero parabenizar os companheiros e companheiras pela coragem de seguir na greve. Os prefeitos falam muito em valorizar a educação e agora é a hora de mostrar através do cumprimento dos 33,24% de aumento. Só a nossa coragem de lutar fará com que esse reajuste aconteça de fato. A Confetam apoia a greve”, enfatizou Jucelia.

Para Graça Costa, presidenta do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) e integrante da Direção Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), as prefeituras não podem descumprir a Lei Federal do Piso do Magistério. “O reajuste é uma lei nacional e os gestores municipais não podem desobedecer. Um governo forte não é um governo autoritário e o prefeito se coloca nessa perspectiva, quando não chama o sindicato para o diálogo e já enviou o projeto de reajuste de 14,26 para a Câmara. A perseguição segue com os descontos aos professores em greve. Um governo forte é aquele democrático que cumpra a Constituição”, declarou Graça.

De acordo com o Sindicato Unificado dos Profissionais em Educação no Município de Maracanaú (Suprema), que recorre judicialmente da medida, foram subtraídos os ordenados de 16 a 22 de fevereiro. A entidade acrescenta que, na mesma semana, o Executivo convocou seleção de pelo menos 500 professores temporários, mostrando que pretende substituir os trabalhadores grevistas.

Mas mesmo sofrendo com o braço opressor da Prefeitura, a categoria decidiu na última sexta-feira manter e intensificar o movimento. Na manhã desta segunda-feira (28/02), as ações foram retomadas com a participação de mais de mil profissionais do magistério em uma caminhada.

 

 

Com informações da Fetamce e Suprema