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Pelotas: Prefeito se vitimiza e omite a verdade

“O que estamos vendo é mais uma tentativa de criminalização dos movimentos sociais, neste caso, das mobilizações e da greve dos municipários por parte do prefeito Eduardo Leite”.

Publicado: 13 Junho, 2014 - 00h00

A afirmativa é da presidente do Sindicato dos Municipários, Tatiane Lopes Rodrigues, criticando a postura adotada pelo prefeito, que determinou o ingresso de ação judicial pela Procuradoria do Município buscando impeatividades dos servidores grevistas, bem como o registro de Boletim de Ocorrência na Polícia Civil, alegando perseguição.
“O prefeito mostra sua verdadeira face, demonstrando que o novo jeito de governar, que tanto propagandeou em sua campanha eleitoral, é na verdade um jeito autoritário, de negação ao diálogo, de uma postura totalitária como há muito não víamos em Pelotas”, opina a presidente do Simp.
Tatiane lembra que todos aqueles que acompanham a vida da cidade sabem que historicamente os municipários realizam mobilizações, paralisações, marchas e atos de protesto durante o período da data-base da categoria, “momento em que podemos tornar públicas as condições degradantes, ofensivas e imorais a que somos submetidos todos os dias pelos salários aviltantes que recebemos”.
A presidente do Simp ressalta que este é o primeiro prefeito a recorrer à Justiça e à Polícia para atacar o movimento dos municipários. “Vou repetir: isto ainda não tinha ocorrido em Pelotas”.
“O prefeito não aceita ser criticado, não aceita que se tornem públicas as péssimas condições de trabalho que nós municipários enfrentamos todos os dias, as dificuldades que temos para atender à população e os salários que mal permitem alimentarmos nossas famílias”, critica mais uma vez a presidente do Simp.
Tatiane faz mais críticas a postura do prefeito Eduardo Leite. “Ele não aceita o contraditório, não aceita a liberdade de mobilização dos servidores, não aceita o livre e democrático exercício do direito de greve, buscando impeo movimento com ameaças e práticas intimidatórias, como o corte do ponto, a retirada de Funções Gratificadas e a exigência de trabalho das escolas durante o período de recesso escolar.”
Tatiane também criticou o registro de Boletim de Ocorrência na Polícia Civil pelo prefeito Eduardo Leite, alegando ter se sentido perseguido. “As informações que temos a respeito são de que em nenhum momento houve qualquer tipo de constrangimento, ameaça, perseguição ou intimidação à pessoa do prefeito”, esclarece a presidente do Simp.
A presidente do Simp afirma que quem deveria recorrer à Polícia Civil são os servidores, que diariamente são vítimas de assédio moral por parte dos representantes da Administração Municipal. “As denúncias da prática do assédio moral são inúmeras, e as ameaças proferidas para impea greve são uma prova disto”.
Tatiane afirma mais uma vez que os municipários protestam sim, como ocorreu na abertura da 22ª Fenadoce, mas sempre respeitando limites. “Toda a população de Pelotas sabe que nossa categoria faz fortes mobilizações, mas nossos protestos são pacíficos, ordeiros e sem danos ao patrimônio, como aconteceu na abertura da Fenadoce”, afirma.
“Sempre protestamos de forma pacífica e não só a população de Pelotas, mas todo o Estado sabe disto, pois somos diariamente acompanhados pela imprensa que divulga nossos movimentos. Talvez seja exatamente isto que o prefeito não queira, que todos saibam as condições enfrentadas pelos municipários de nossa cidade”, finaliza.
O calendário de atividades definidas pelo Sindicato dos Municipários para a greve da categoria prossegue nesta quinta-feira (12) com mobilização em frente à Prefeitura e com realização do “Sopão dos R$ 10,00 não dá”, a partir das 10 horas e na sexta-feira (13) assembleia geral da categoria, com primeira chamada às 14 horas e segunda chamada às 14h30min.
Fonte: SIMP