Escrito por: Anddré Accarini | Editado por: Rosely Rocha e Déborah Lima

Mulheres tomam as ruas de todo o país em protesto contra Bolsonaro

Realizados em várias cidades, atos integram as manifestações “Fora, Bolsonaro!” Em Florianópolis, Confetam, Fetram/SC e Sintrasem reforçaram os protestos contra o desgoverno fascista e machista

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Federação dos Municipais de SC, Sindicato dos Servidores de Florianópolis e Confetam: unidos na luta

O 4 de dezembro, data escolhida para mais uma manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi um dia de levante das mulheres de todo o país. O movimento ‘Bolsonaro Nunca Mais’, encabeçado pelos coletivos de mulheres da CUT, centrais e de várias entidades que integram a Campanha Nacional Fora Bolsonaro ocupou as ruas de várias cidades brasileiras em todos os estados.

Além de São Paulo, onde mais de quatro mil mulheres fizeram um ato seguido de marcha na Avenida Paulista,  foram registrados atos em diversas cidades, como Aracaju (SE), Recife (PE), Natal (RN), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Pelotas (RS), Belo Horizonte (MG), Campinas (SP), Ubatuba (SP), Santos (SP), Brasília (DF), Palmas (TO), Juazeiro do Norte (CE), João Pessoa (PB), Campina Grande (PB), Cajazeiras (PB) e Chapecó (SC).

Em Florianópolis (SC), a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), a Federação dos Servidores Municipais de Santa Catarina (Fetram/SC) e o Sindicato dos Servidores do Município (Sintrasem) reforçaram o protesto contra Bolsonaro (foto).

Em Fortaleza (CE), a Confetam foi representada no ato pela secretária da Mulher Trabalhadora, Ozaneide de Paulo, e Graça Costa, presidenta do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) e secretária nacional de Organização e Política Sindical da Central Única dos Trabalhadores (CUT). 

Em Maracanaú (CE), a secretária de Combate ao Racismo, Vilani Oliveira, representou o Ramo dos Municipais CUTistas.

Na Avenida Paulista (SP), os trabalhadores das prefeituras foram representados por Jandyra Uehara, secretária nacional de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT.  

Grito em defesa da vida

“Nossa marcha foi um grito em defesa da vida, contra a fome, a fila do osso, contra o genocídio e a violência. Fomos às ruas dizer chega de violência contra as mulheres na sociedade, no trabalho, na política e dentro de casa”, disse Juneia Batista, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, que participou dos atos em Aracaju, capital de Sergipe.

A dirigente destaca o engajamento e a representatividade dos protestos, que contaram com adesão das várias entidades e de representantes de partidos políticos de esquerda. Além de mulheres, homens que defendem o fim da violência contra a mulher também estiveram presentes às manifestações.

Juneia reforça também que a marcha foi parte de um grande movimento da sociedade que, durante todo ano foi às ruas protestar contra o atual governo “Nós mulheres fomos às ruas para fazer a nossa parte e lutarmos pelos nossos direitos, para gritar ‘Fora, Bolsonaro’. Foi do tamanho que seria, depois de oito manifestações durante o ano”, diz a dirigente.

Ainda de acordo com Juneia, os protestos deste #4D também são um anúncio de como serão os atos do dia 8 de março – Dia Internacional da Mulher, que reforçarão o ‘Fora, Bolsonaro’, no próximo ano.

ROBERTO PARIZOTTIRoberto Parizotti

Queremos a ser felizes

Assim como em 2018, quando as mulheres deram início ao movimento #EleNão, alertando para os retrocessos que viriam nos anos seguintes se Bolsonaro fosse eleito, o movimento Bolsonaro Nunca Mais também representa uma ‘vanguarda’ na luta para derrubar o fascismo que se instala em nosso país.

Em entrevista para o Brasil de Fato, Sônia Coelho, integrante da Sempreviva Organização Feminista (SOF) e da Marcha Mundial de Mulheres (MMM) afirmou que “é importante tirar o Bolsonaro, nem que seja um dia antes dele terminar o governo dele”. Para ela, “é impossível continuar convivendo com um governo que destrói vidas e direitos todos os dias”.

Também lembrando 2018, em São Paulo, a secretária das Mulheres da CUT São Paulo, Márcia Viana, convocou as mulheres a permanecerem em luta. “Estamos nas ruas contra o desemprego, contra a fome e a miséria. Não dá mais para suportar a situação que vivemos com cerca de 20 milhões de pessoas, inclusive crianças, passando fome, não podemos esquecer também as cerca de 620 mil vítimas da Covid-19”, disse a dirigente em referência à atuação de Bolsonaro no enfrentamento à pandemia.

"Nós, em 2018, estivemos no ‘ele não’ para alertar quem era Bolsonaro. As mulheres avisaram e estão nas ruas novamente. Nosso compromisso é retirar esse fascista do poder" - Marcia Viana

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