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Mortes violentas de LGBTI+ caem 22%, mas Brasil segue campeão mundial de LGBTIfobia

Apesar dessa redução observada, tais mortes cresceram incontrolavelmente nas duas últimas décadas

Publicado: 24 Abril, 2020 - 10h36

Escrito por: Confetam

Reprodução da Internet
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Em 2019, 329 LGBTI+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) tiveram morte violenta no Brasil, vítimas da homotransfobia: 297 homicídios (90,3%) e 32 suicídios (9,7%).  Os números são de relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), publicado ontem (23).

Comparativamente aos anos anteriores, observou-se em 2019 surpreendente redução das mortes violentas de LGBT+. O ano recorde foi 2017, com 445 mortes, seguido em 2018 com 420. Comparado a 2017, a diminuição foi de 26% e 22% em relação a 2018. De acordo com o GGB, há uma tendência de redução de mortes violentas no Brasil, que caiu 19% no ano passado, segundo o Monitor da Violência (G1 e GLOBO NEWS, 2020). A situação é reforçada pela Associação Nacional de Trans, que apontou uma queda de 24%.

Segundo o prof. Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia, “a explicação mais plausível para tal diminuição se deve ao persistente discurso homofóbico do Presidente da República e sobretudo dos “bolsominions” nas redes sociais e no dia a dia, levando o segmento LGBT a se acautelar mais, evitando situações de risco de ser a próxima vítima, exatamente como ocorreu quando da epidemia da Aids e a adoção de sexo seguro por parte dessa mesma população.” (SILVA, 2020).

Apesar dessa redução observada nos dois últimos anos, devemos pontuar que tais mortes cresceram incontrolavelmente nas duas últimas décadas: de 130 homicídios em média em 2000, saltou para 260 em 2010, subindo para 398 nos últimos três anos.

Um LGBTI+ morre a cada 26 horas

A cada 26 horas um LGBTI+ é assassinado ou se suicida vítima da LGBTfobia, o que confirma o Brasil como campeão mundial de crimes contra as minorias sexuais. Segundo agências internacionais de direitos humanos, matam-se muitíssimo mais homossexuais e transexuais no Brasil do que nos 13 países do Oriente e África onde persiste a pena de morte contra tais minorias sexuais. Mais da metade dos LGBT assassinados no mundo ocorrem no Brasil.