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Delegados sindicais debatem direito à comunicação

Para ser democrática, sociedade brasileira precisa de novo marco regulatório das comunicações.

Publicado: 05 Março, 2015 - 00h00

Servidores do Sismuc tiveram a chance hoje (3) de debater um tema polêmico, que é a concentração da mídia no Brasil. O encontro dos delegados sindicais aconteceu em dois períodos. Cerca de 30 servidores municipais participaram. As convidadas para o espaço foram Ana Paula Salamon e Camilla Hoshino, que constroem o Fórum Nacional de Democratização da Mídia (FNDC).
O espaço de formação partiu do fato de que os veículos e emissoras de comunicação no Brasil são concessões públicas, porém estão concentradas hoje nas mãos de dez grupos familiares e empresariais. Como qualquer outro ramo da economia, devem passar por regulação. Mas o atual marco regulatório das comunicações no Brasil possui mais de 50 anos.
“O que temos hoje na Constituição não virou Lei. Não temos uma regulamentação efetiva, não temos uma lei para nos defender”, afirma Ana Paula Salamon, que indicou a assinatura do Projeto de Lei de Mídia Democrática (PLIP). O projeto combate, por exemplo, a propriedade cruzada, quando o mesmo grupo possui diferentes veículos de comunicação, como rádios, TVs e editoras.
O enfoque da classe trabalhadora
Servidores debateram também a maneira como os editoriais dos veículos abordam as greves e outras lutas dos trabalhadores.“A sensação é de que vamos saber das coisas só anos depois”, exclama a servidora Cléa, delegada sindical do Sismuc.
No momento de pensar quais são os veículos de mídia da classe trabalhadora e dos servidores, foi reforçado o papel que os servidores podem desempenhar na comunicação do Sismuc: apresentando denúncias do local de trabalho, produzindo artigos e enviando textos de opinião, e ainda enviando materiais para a seção chamada “repórteres da base”, o que complementa a comunicação do sindicato. O desafio da comunicação hoje é não se limitar apenas a questões corporativas, mas falar dos problemas dos trabalhadores como um todo, reflete Camilla Hoshino.
Campanha contra o assédio moral
Na mesma reunião, também foi debatida a campanha do Sismuc contra a prática de assédio moral. A campanha envolve a produção de materiais para ser debatidos em local de trabalho e também uma cartilha explicando como o servidor pode reagir contra essa situação.