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CUT se recusa a participar de reunião com Michel Temer sobre Reforma da Previdência

Vagner Freitas alegou que a entidade não reconhece a presidência interina de Temer e que seguirá denunciando o vice-presidente da República como um dos responsáveis pelo golpe contra Dilma Rousseff

Publicado: 16 Maio, 2016 - 15h48

Escrito por: Confetam

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A primeira reunião do presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB/SP) com representantes das centrais sindicais brasileiras, marcada a tarde de hoje (16), não teve a participação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a maior central da América Latina. Presidente da CUT, Vagner Freitas informou não ter sido convidado oficialmente para o encontro, mas mesmo que tivesse, garante, não compareceria por que "a CUT não reconhece golpistas como governantes". "A CUT não reconhece esse governo, porque não foi eleito, deu um golpe no Brasil. Então para esse tipo de reunião a CUT não iria", explicou

Entre os temas em pauta na reunião, destaque para a Reforma da Previdência, cujas regras Temer pretende mudar em função de um alegado déficit previdenciário. Entre as mudanças anunciadas, está a ampliação da idade mínima para aposentadoria dos trabalhadores e trabalhadoras. Desde que tomou posse, Temer determinou a incorporação da Secretaria de Previdência ao Ministério da Fazenda. Antes, a área integrava o Ministério do Trabalho.

CUT continuará exigindo a volta de Dilma

Segundo Vagner Freitas, a CUT vai continuar defendendo os interesses da classe trabalhadora, principal vítima do golpe, exigindo a volta do Estado do Direito e do mandato da presidenta Dilma, legitimamente eleita com mais de 54 milhões de votos.

Em nota publicada no site da CUT, o presidente disse que a entidade acredita que a luta contra os retrocessos pretendidos e anunciados será travada pelo conjunto dos movimentos sociais nas ruas, nos locais de trabalho, na luta constante para impedir que o Brasil recue, do ponto de vista democrático, institucional e civilizatório, a décadas passadas.

Disse ainda que o respeito a todos os mecanismos e esforços da população em busca de igualdade, valorização da diversidade e acesso a políticas públicas que combatam as injustiças sociais é um valor precioso demais. "E assim queremos que seja tratado", conclui a nota.

Articulação estranha

Ao portal 247, Vagner Freitas disse não acreditar que o governo ilegítimo tenha formalizado um convite às centrais e desconfia de ter havido uma articulação para que uma delas organizasse o encontro. "Eu não sei se houve alguma convocatória oficial do governo provisório para as outras centrais, eu não tenho essa informação. Mas não acredito que o Temer tenha mandado um ofício. Ou se foi dado a algum dirigente algum tipo de tarefa de organizar essa reunião. Eu acho mais provável a segunda hipótese", declarou, citando o nome do presidente da Força Sindical, o deputado Paulinho da Força (SD/SP), como possível incumbido da missão.

Sobre as novas propostas anunciadas por Meirelles em relação à reforma da Previdência, o presidente da CUT disse não estar "nem um pouco surpreso". "Nós, o tempo inteiro, alertamos que o golpe era contra os direitos trabalhistas, não era contra a Dilma. E começam as primeiras medidas, pelo ministro da Fazenda, todas elas no sentido de retirar direitos dos trabalhadores, um retrocesso enorme, um absurdo", afirmou.

Só passando por cima da CUT

"Só que para fazer isso, eles vão ter que passar por cima da CUT, dos sindicatos, e nós vamos lutar pelos direitos dos trabalhadores até o fim. Estamos convocando manifestações em defesa dos direitos dos trabalhadores, contra a reforma da Previdência", anunciou, acrescentando que ainda não há uma data acertada para o primeiro protesto. "Eu não estou nem um pouco surpreso, a característica do governo é muito conservadora, de homens brancos e corruptos", criticou.

"Quando ele fala em acertar as contas públicas, ele quer diminuir os direitos dos funcionários públicos. Outra coisa que eu acho bastante peculiar é que a presidenta Dilma tinha proposto a volta da CPMF e esses que estão no governo agora não concordaram. Eu quero saber o que é que aqueles que foram para as ruas vão agora falar para o Meirelles", prossegue Vagner Freitas.

Dilma de volta

"Eles querem desvincular o reajuste do salário mínimo da aposentadoria", lembra o dirigente da CUT. Com isso, eles "estão mudando a Constituição de 88. Eles são provisórios, não têm autorização para fazer isso", protesta.

A expectativa de Freitas para os próximos meses é de que Dilma reassuma seu mandato de presidente da República. "Eu espero que daqui para os próximos 180 dias, que a população seja respeitada, que os votos sejam respeitados e que a presidenta Dilma volte ao governo. Só quem pode retirá-la é o povo", ressalta.

Com informações do Brasil 247 e da CUT