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Curitiba: Prefeitura tem que resolver problema de moradia em terreno do IPMC

Dez famílias de ex-funcionários públicos vivem há décadas em terreno do Instituto de Previdência Social de Curitiba.

Publicado: 18 Setembro, 2014 - 00h00

Sismuc pressiona Prefeitura para comprar terreno e garantir moradia digna.

Dona Maria, curitibana, dona de casa, faleceu em 2014. Tinha 84 anos. Uma senhora que gostava de trabalhar no quintal amplo da casa de alvenaria onde bate sol pelas manhãs. Ela faleceu e não pôde resolver um tema que a incomodava há uma década.
Esposa de um funcionário público, servidor do Instituto de Previdência Municipal de Curitiba (IPMC), eles receberam do próprio instituto o lote onde viviam. Isso desde 1959. Pagavam um aluguel baixo ao IPMC, até que, há dez anos o contrato foi rompido contra a vontade dos moradores.
No bairro Santa Quitéria, são só dez residências, nove delas de antigos trabalhadores do serviço público municipal ou filhos de servidores públicos. Dona Maria era obrigada a fazer exames de saúde específicos no centro. Por isso, assim como ela, algumas famílias preferem ficar na região a ser realocada para a periferia distante de Curitiba.
Há uma liminar de despejo concedida na mesa do IPMC. A Procuradoria Geral do Município justifica que os imóveis geram rentabilidade para o Fundo Previdenciário municipal e a decisão da reintegração de posse foi determinada pela Justiça, não cabendo mais recorrer. Neste momento, a direção do IPMC tem em mãos o destino dessas famílias.
O assunto está para ser pautado na reunião do conselho do instituto de previdência dos servidores. “O Sismuc, enquanto entidade que luta por um modelo de sociedade diferente, questiona por que as pessoas mais simples, com o crescimento das cidades, não podem morar mais próximas ao centro e precisam ser despejadas”, afirma Irene Rodrigues, da coordenação do Sismuc e integrante do conselho.
Por isso, a defesa do sindicato é de que a Prefeitura compre o terreno do IPMC, para não comprometer os recursos da Previdência dos servidores, mantendo as famílias em seu local de moradia, garantindo a posse dos terrenos a partir do pagamento de prestações junto a Cohab.
Autor: Pedro Carrano
Fonte: Sismuc