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Confetam e mulheres na luta por direitos fundamentais

As mulheres continuam na árdua batalha contra o machismo em diversos segmentos da sociedade, violência de todos os formatos e o feminicídio, que segue com números alarmantes.

Publicado: 08 Março, 2022 - 08h27

Escrito por: Thiago Marinho

Divulgação
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Hoje (08/03), comemorado Dia Internacional das Mulheres, o movimento segue com diversos combates.

Hoje (08/03), comemorado Dia Internacional de Luta das Mulheres, o movimento segue com mais combates do que ganhos. As mulheres continuam na árdua batalha contra o machismo em diversos segmentos da sociedade, violência de todos os formatos e o feminicídio, que segue com números alarmantes. Nesse dia tão importante, em todo o Brasil, acontecem manifestações em favor dos direitos das mulheres e contra o governo Bolsonaro. 

A luta pela derrubada de Bolsonaro do poder é uma luta necessariamente feminista, anti-imperialista, anticapitalista, democrática, antirracista e anti-LGBTQIA+fóbica. É uma luta em defesa da vida das mulheres, contra a fome, a carestia, a violência, pela saúde, pelos nossos direitos sexuais, direitos reprodutivos e pela justiça reprodutiva. É uma luta em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e dos serviços públicos, gratuitos e de qualidade. É uma luta com a maioria que tem sofrido com a fome, com a perda de seus entes queridos, com a violência e com o desemprego.

Um dos importantes fatores para se atingir o bem-estar em uma sociedade é o desenvolvimento econômico do país. E um dos principais elementos para que esse desenvolvimento aconteça é a capacidade produtiva da sociedade, que envolve, entre outras coisas, a oferta de mão de obra. Contudo, o mercado de trabalho brasileiro possui características que não contribuem de maneira ideal para que isso aconteça. Segundo o relatório Global Gender Gap Report (Relatório Global sobre a Lacuna de Gênero - 2020), do Fórum Econômico Mundial, o Brasil figura a 130º posição em relação à igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem funções semelhantes, em um ranking com 153 países. Isso significa que as mulheres enfrentam um cenário de desigualdade e discriminação no mercado de trabalho do país. 

Com relação a violência contra as mulheres os números são terríveis. Segundo pesquisa divulgada no ano passado, uma em cada seis mulheres já sofreu tentativa de feminicídio no Brasil. Este tipo de crime acontece quando a mulher é assassinada por sua condição de mulher. É uma violação de origem doméstica, muitas vezes praticada pelo marido, namorado ou ex-companheiro.

A pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão em parceria com o Instituto Locomotiva, com apoio do Fundo Canadá, traz diversos levantamentos sobre o tema: 57% dos brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de ameaça de morte pelo atual parceiro ou ex; 37% conhecem uma mulher que sofreu tentativa ou foi vítima de feminicídio íntimo. Entre as mulheres, 93% consideram que esse crime tem aumentado muito nos últimos 5 anos, enquanto entre os homens são 77%. Para 86%, os feminicídios estão se tornando mais cruéis e violentos do que os cometidos no passado.

Outra triste pesquisa aponta que os primeiros seis meses de 2021, quatro mulheres foram mortas por dia no Brasil por um atual ou ex-parceiro, totalizando 666 vítimas de feminicídio de janeiro a junho de 2021, de acordo com dados de um levantamento inédito do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os casos de estupros de vulneráveis e em geral, com vítimas mulheres, aumentaram 8,3% no país no primeiro semestre de 2021, em comparação ao mesmo período de 2020, quando houve subnotificação devido à pandemia.

A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT) reafirma o feminismo como caminho para a auto-organização das mulheres, em aliança com os movimentos sociais, na resistência e construção de uma sociedade justa e igualitária!