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Confetam convoca municipais a continuarem a luta contra impeachment no Senado

A briga agora é no Senado, onde pelo menos 48 dos 81 senadores já se declararam favoráveis ao impeachment. Trabalhadores devem continuar nas ruas, defendendo com todas as armas a reversão do golpe.

Publicado: 19 Abril, 2016 - 18h26

Escrito por: Confetam

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Diante do circo de horrores encenado pelos 367 deputados federais que votaram a favor de um golpe parlamentar tramado para destituir ilegalmente a presidente Dilma Rousseff, a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT) conclama toda a categoria a continuar mobilizada na luta em defesa da democracia, ameaçada exatamente por aqueles que deveriam ser os primeiros a defendê-la.

Para vergonha da Nação, a sessão da Câmara dos Deputados, realizada no último domingo (17), revelou a indigência intelectual e moral que contamina grande parte do Congresso Nacional. Ao vivo e a cores, o Parlamento escancarou o grau de despreparo dos integrantes do Poder Legislativo, muitos deles mais preocupados em aparecer na TV ou mandar recado para familiares em rede nacional, do que propriamente em defender o futuro do Brasil e dos brasileiros.

Falsos paladinos da luta anticorrupção, deputados acusados de crimes e indiciados pela Justiça figuraram como algozes de uma presidente de conduta ilibada, que, ao contrário do que querem fazer crer, não cometeu qualquer crime de responsabilidade ou violação à Constituição Federal. Usando o nome de Deus em vão, igualaram-se aos mesmos torturadores que, na ditadura militar, submeteram Dilma a suplícios indescritíveis em nome do combate ao comunismo. Hoje, o “inimigo” é outro: o projeto democrático popular implantado no Brasil em 2003.

Mais que repúdio, tal espetáculo grotesco merece uma profunda reflexão da sociedade brasileira sobre o que está por trás das cortinas deste teatro de horrores, patrocinado abertamente pelo grande Capital nacional e internacional, cuja lógica é a opressão perversa dos trabalhadores para assegurar benesses e privilégios às mesmas elites que dominam o país desde a colonização por Portugal.

O que está em jogo não é a manutenção de um mandato, de um governo ou de um partido, mas a luta para barrar uma conspiração contra os trabalhadores, representada pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB), que tem como único objetivo ressuscitar o fantasma do neoliberalismo, exorcizado pelos brasileiros há mais de uma década.

Cabe a nós, sujeitos da História, lutarmos contra o golpe, pela democracia e, sobretudo, defendermos um inflexão à esquerda, compreendendo que não existe conciliação de classe, que os interesses do Capital e do trabalho são inconciliáveis, que a aliança do governo tem de ser com a classe trabalhadora, com a sociedade civil organizada, com os movimentos sociais, com a juventude, os negros, as mulheres, a população LGBT e minorias.

Não admitiremos que o desfecho deste espetáculo de horrores redunde em retrocessos nas conquistas dos trabalhadores, nem na imposição da agenda do ajuste fiscal, como o PLC 257, que sacrifica ainda mais os servidores públicos.

Na defesa intransigente dos princípios que norteiam a democracia, a Confetam/CUT convoca todos os servidores públicos municipais brasileiros a continuarem nas ruas, reagindo com firmeza e coragem às tentativas reiteradas da burguesia de impor derrotas aos avanços conquistados pelos trabalhadores ao logo dos últimos 13 anos. 

Agora, o palco deste espetáculo surreal será o Senado, onde pelo menos 48 dos 81 senadores já se declararam favoráveis ao impeachment. Cabe a nós lutarmos com todas as armas para reverter esse quadro, sob pena de mergulharmos novamente em um novo regime de trevas que colocará em risco o futuro das gerações de brasileiros.