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Confetam condena militarização do Ministério da Saúde

Entidade diz que o excesso de militares no Ministério da Saúde assusta. A pasta deveria ter como centro o combate à pandemia de Covid-19

Publicado: 21 Maio, 2020 - 13h45

Escrito por: Confetam

Confetam
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A direção da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam) condena a militarização da gestão da Saúde Pública do Brasil. A substituição de técnicos por militares é mais uma irresponsabilidade do cruel presidente Jair Bolsonaro com o povo brasileiro.

Neste momento em que o Brasil cruzou a barreira macabra ao contabilizar mais de mil mortos pelo coronavírus num intervalo de 24 horas, é preocupante ver os altos cargos do Ministério da Saúde sendo ocupados por nada menos que 17 militares. Todos eles foram nomeados apenas nos últimos dias. E pior: não se sabe a qualificação destes sujeitos.

Hoje, o General Eduardo Pazuello está à frente do Ministério da Saúde. O mesmo é responsável por liberar no SUS o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para casos leves de Covid-19. Tudo isso para atender o desejo alucinado do presidente, mesmo que estudos mostrem que não há comprovação científica de que a cloroquina é capaz de curar a Covid-19. Testes internacionais não encontraram eficácia no remédio e a Sociedade Brasileira de Infectologia não recomenda o uso por ser uima droga mortal.

Pesquisadores, cientistas e técnicos com especialização com saúde pública, infectologia, sanitarismo e outras áreas são expulsas do Ministério. O quadro especializado e de carreira é desmontando em nome da negação da ciência, da mentira e da ideologização autoritária e ilógica liderada pelo irresponsável e incapacitado líder máximo do país.

Mas a militarização não se restringe à pasta da Saúde. Conforme dados públicos, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, no fim de 2019 já eram 2.500 militares em cargos de chefia ou assessoramento no governo, um recorde desde a redemocratização do país. O número é provavelmente maior hoje.

Assim, vemos que o Brasil caminha para voltar ao modelo autoritário e despreparado de gestão que foi a Ditadura Militar. A Democracia brasileira definha enquanto o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal se negam a apreciar os pedidos de impeachment contra Bolsonaro. É necessário mais uma vez libertar o nosso país das sombras do genocídio em massa e da gestão do ódio que caracterizam os regimes autoritários. O fascismo não pode vencer!