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CNBB apoia os sindicatos contra as reformas de Temer

Encontro com centrais sindicais reforçou a importância de esclarecer à sociedade os danos causados pelas reformas previdenciária e trabalhista

Publicado: 06 Abril, 2017 - 11h28

Escrito por: Luciana Waclawovsky

Luciana Waclawovsky/CUT
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Dom Leonardo recebeu representantes das centrais sindicais nesta quarta-feira (5), em Brasília

O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, recebeu o presidente da CUT, Vagner Freitas, o diretor nacional da CTB, Paulo Vinícius Santos da Silva, o secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro (Índio), e o representante do MTST, Vitor Guimarães, para falar das reformas promovidas pelo governo ilegítimo que estão exterminando os direitos trabalhistas da sociedade brasileira.

O encontro aconteceu na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesta quarta-feira (5), em Brasília, e serviu como ponto de partida do diálogo entre as centrais que representam a classe trabalhadora e os movimentos sociais. Para o bispo, hoje a população precisa ter conhecimento das medidas que estão sendo tomadas pelos Três Poderes que comprometem as garantias já conquistadas desde a redemocratização.

Mídia joga contra trabalhadores

“É o momento de chegarmos nas pessoas pois a mídia não está possibilitando fazer com que a população entenda a gravidade do que está acontecendo e o que aparece nos meios de comunicação é muito favorável  às reformas”, analisou Dom Leonardo.

Na ocasião, Vagner Freitas solicitou apoio da CNBB para a greve geral que será organizada pelas centrais sindicais no dia 28 de abril. “Precisamos de apoio mais que político, humanitário! Hoje o aposentado é arrimo de família com o benefício da previdência, pois a maioria dos filhos e netos estão desempregados”. Freitas reafirmou que a nota da CNBB foi fundamental para alertar a sociedade dos malefícios da reforma da Previdência.

Para o representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Paulo Vinícius (PV), vivemos um momento muito grave de ataque à democracia que se expressa também nas medidas contra os trabalhadores, aprovadas a toque de caixa. “Isso faz parte de um processo de desestabilização em toda América Latina”. Já índio, da Intersindical, defendeu que a Igreja tem capilaridade para aprofundar o debate. “É importante trazer elementos para a sociedade se proteger dessas medidas já que a ideia do Congresso é piorar a situação com a aprovação das reformas”.

Não podemos deixar os movimentos sociais sozinhos

Ao longo do encontro, Dom Leonardo ressaltou a importância dos sindicatos para a defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores e que é importante valorizar os movimentos sociais “e não deixá-los sozinhos neste momento”. Dom Leonardo se comprometeu, ainda, em levar à Assembleia Geral da CNBB, que acontece de 26 de abril a 05 de maio, o resultado da reunião de ontem como subsídio para redigir uma mensagem aos trabalhadores e trabalhadoras no dia Primeiro de Maio. Ele também manifestou profunda preocupação com a situação dos povos indígenas que ficaram ainda mais vulneráveis devido às medidas de desmonte das políticas indigenistas que estão sendo realizadas por Temer.

O encontro com a CNBB faz parte de uma ação que as centrais sindicais e os movimentos sociais estão fazendo para barrar as reformas propostas pelo governo sem voto de Michel Temer. Neste sentido, o apoio da sociedade civil organizada é essencial para a retomada da democracia e da estabilização das políticas sociais que hoje se encontram ameaçadas.