Escrito por: Confetam

Bolsonaro não distribui e vai deixar 6,8 milhões de testes de Covid-19 vencer

Até agora, pouco mais de 5 milhões de exames desse tipo foram feitos na rede pública. Portanto, com os testes distribuídos, a capacidade nacional teria mais que dobrado.

Reprodução da Internet

Mais uma vez jogando contra o Brasil e ajudando o vírus a matar mais gente, o Ministério da Saúde do Governo Bolsonaro armazena em São Paulo um estoque com 6,86 milhões de testes para a Covid-19 que não foram distribuídos e podem perder validade até janeiro de 2021.

Segundo denúcia do jornal O Estado de SP, os exames são do tipo RT-PCR e estão estocados em um galpão em Guarulhos, na região metropolitana da capital paulista. Os testes custaram R$ 290 milhões à União, afirma a publicação.

Em nota divulgada neste domingo, o Ministério da Saúde confirmou a existência de testes com data de validade próxima – mas não informou a quantidade de kits e não confirmou o número divulgado pelo "Estado de S. Paulo".

O ministério diz que espera receber, ainda esta semana, estudos de "estabilidade estendida" para os testes estocados, ou seja, estudos que indiquem a viabilidade de prorrogar essa data de vencimento. Mas o mais importante, que seria a distribuição, com a consequente ampliação da capacidade de testagem do país, que poderia incedir em medidas de controle da pandemia, não foi discutido pelo Governo.

"É um escândalo!"

O teste RT-PCR é o de maior precisão para o diagnóstico da Covid-19. A análise é feita com base em amostras da região do nariz e da garganta, e indica o vírus ativo, ou seja, a infecção ainda em andamento. "Porntato, negar esse recurso ao povo brasileiro seria um escândalo", destaca Vilani Oliveira, presidente da Confetam.

O total de testes RT-PCR realizados no Brasil caiu em outubro pelo segundo mês seguido, de acordo com dados do Ministério da Saúde compilados e divulgados pelo G1 na última semana. Até agora, pouco mais de 5 milhões de exames desse tipo foram feitos na rede pública. Portanto, com os testes distribuídos, a capacidade nacinoal teria mais que dobrado.

A queda no tipo de testes mais indicado para identificar pacientes com infecções recentes é vista com preocupação pelos especialistas. Os pesquisadores defendem que o Brasil deveria estar no caminho inverso: ampliando os testes para rastrear e frear o avanço da pandemia. "O que prova que Bolsonaro e seu Ministério da Saúde atuam contra a saúde do povo, querem nos matar. É indimissível. Esse homem já deveria ter sido detido", finaliza Vilani.