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Atos organizado no País pela CUT é noticia na imprensa

Manifestantes ligados a centrais sindicais e movimentos populares promoveram atos nas ruas de ao menos 20 Estados e o Distrito Federal, nesta sexta-feira, 13.

Publicado: 17 Março, 2015 - 00h00

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Os grupos fizeram cobranças ao governo federal por garantias de direitos trabalhistas, mas condenaram pedidos de impeachment. Até o momento os atos são pacíficos e não houve registros de confusão. Em São Paulo, a CUT se concentrou na Avenida Paulista, mesma região onde um grupo defensor do afastamento da presidente Dilma Rousseff também reuniu 70 manifestantes no finl do dia.
Os atos pelo País foram organizados pela CUT, que refuta a ideia de que os protestos sejam em defesa do governo, embora se declarem claramente contrários ao impeachment. Em algumas capitais, as manifestações contam com o apoio de partidos como PT, PC do B e PSOL, além de integrantes do Movimento Sem Terra (MST) e de outros sindicatos e movimentos sociais.
Na capital paulista, apesar de a liderança do protesto dizer que a manifestação não é a favor do governo e da presidente Dilma Rousseff, havia entre os manifestantes muitos com camisetas do PT, broches e adesivos da campanha de Dilma. No movimento, também havia pessoas com placas contra o PSDB, o presidente nacional do partido, senador Aécio Neves (MG), e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
Segundo um integrante que não quis se identificar, o PT convocou a militância para participar do protesto e apoiar a Central Única dos Trabalhadores (CUT) nas causas em defesa da Petrobrás e do governo.
No Rio de Janeiro, Salvador, Minas Gerais e no Paraná, entre outras Estados, petroleiros e militantes promovem atos em "defesa da Petrobrás", estatal atingida pelas investigações da Operação Lava Jato. No Rio, cerca de 1,5 mil pessoas, segundo a PM, participaram do ato que saiu em passeata até a sede da estatal e voltou à Cinelândia. Um dos políticos presentes é o ex-presidente do PSB Roberto Amaral, que defendeu o governo. "Não haverá um novo 64, porque já estamos nas ruas. A Petrobrás não pertence ao governo, pertence ao povo. A direita não passará. Ninguém vai tirar um dia do mandato da presidente Dilma", discursou Amaral, de cima do carro de som, referindo-se ao golpe militar de 1964.
O movimento foi liderado pela CUT e pelo Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias (Sindipetro-DC). Em Salvador, o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli participou da manifestação.
Em Minas, um grupo se concentrou pela manhã na entrada da Refinaria Gabriel Passos (Regap) e saiu em caminhada pela BR-382. O ato foi em defesa da estatal, pela reforma política e pela manutenção de direitos trabalhistas. Cerca de mil integrantes do Movimento Sem Terra (MST) aderiram ao protesto, segundo a Polícia Militar e organizadores do ato. “O que está em jogo é a defesa da democracia. “Não se pode tirar a legitimidade conseguida nas urnas”, afirmou a presidente da CUT-MG, Beatriz Cerqueira.
Durante a tarde, cerca de 1,2 mil pessoas, incluindo militantes do PC do B, estudantes do Colégio Estadual Central, onde a presidente estudou, se reuniram na Praça Afonso Arinos, no centro de Belo Horizonte.
Em Brasília, um grupo com cerca de 500 manifestantes começou a se concentrar mais cedo na região central da capital. Um dos pontos de encontro dos manifestantes foi um centro comercial, o Conic, de onde o grupo partiu em direção à rodoviária da cidade, em uma ação que terá entre seus principais pontos "defender a democracia". Também participam representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da União Nacional dos Estudantes (UNE). Eles realizam panfletagem na rodoviária da capital.
Um dos panfletos, distribuído pelo Partido da Causa Operária (PCO), sai em defesa dos direitos do trabalhador e contra "a direita golpista". Outro panfleto, assinado por várias entidades, inclusive a CUT, traz demandas como combate à corrupção, que os denunciados no caso Petrobras sejam investigados e agilidade na reforma política. A PM do DF está acompanhando a movimentação, com um efetivo reforçado no local.
No Paraná, cerca de 200 manifestantes se reuniram em frente à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na Grande Curitiba. Em Porto Alegre, o MST afirma ter reunido 6 mil pessoas.
Em Florianópolis, centenas de manifestantes reuniram-se em frente à Catedral Metropolitana, no centro da capital de Santa Catarina. Participaram da manifestação, que terminou por volta das 17h30, integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimentos de Mulheres Camponesas (MMC Brasil), dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), União Nacional dos Estudantes (UNE), Sindicato dos Bancários e sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano de Florianópolis que aproveitou a oportunidade para reivindicar melhorias no transporte público.
De acordo com a Polícia Militar, cerca de 300 manifestantes desfilaram pelas ruas do centro da cidade em quase duas horas de manifestação. Já segundo a CUT, foram 1 mil pessoas presentes. O ato encerrou no terminal rodoviário por volta das 17h30. Ruas e avenidas foram bloqueadas pela polícia para a passagem dos manifestantes, o que complicou o trânsito na região. Não houve a presença de políticos ou celebridades.
Em Fortaleza e no Recife, manifestantes cobraram a manutenção de direitos trabalhistas - que sofreram ajustes recentemente - e ainda levantam a bandeira da reforma política. "É um absurdo a tentativa de desestabilizar um governo eleito democraticamente", disse o bancário Alex Norat, que participou de atos no Recife pela manhã. "É pró-Dilma, sim", afirmou Edla Galvão, integrante do Movimento Mulheres Contra o Desemprego", ligado à Igreja Católica. O grupo exibe cartazes com dizeres "Não ao golpe" e "Panelaço de quem tem barriga cheia é palhaçada". Na capital pernambucana, estão no ato também sindicalistas da CTB, UGT e Nova Central, além de militantes do PT e PC do B, do MST e associações de moradores. Segundo os organizadores, três mil pessoas estão nas ruas
Em Fortaleza, o protesto começou no início da manhã na Praça da Imprensa e terminou por volta do meio-dia, após caminhada até a Assembleia Legislativa. Entre os pedidos estavam o fim do fator previdenciário e a condenação do pedido de impeachment. Para o deputado federal Chico Lopes (PC do B-CE), as "esquerdas" devem ir às ruas para defender o governo Dilma. Além de militantes do PC do B e do PT, há integrantes da CUT e do MST. Os organizadores estimam três mil participantes. As autoridades, porém, falam em 1 mil pessoas. Ao final da manifestação, organizadores disseram para os participantes não irem à manifestação do domingo, 15, que pede o impeachment da Dilma. "A manifestação da classe trabalhadora foi esta. A de domingo não nos interessa. Domingo é mais um dia para irmos à praia", gritou uma integrante do movimento de mulheres da CUT.
Em Goiânia, 2 mil se reuniram em frente à Assembleia Legislativa, segundo organizadores, integrantes da CUT, CTB, MST e Movimento Camponês Popular. No Maranhão, onde cerca de 20 pessoas fizeram panfletagem no centro de São Luís, a CUT também declarou apoio a Dilma e à Petrobrás, além de reivindicar avanços na reforma agrária e aprovação da reforma política. Há registros de manifestações também em Santa Cantarina, Sergipe, Amapá, Alagoas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Em Maceió, cerca de 500 pessoas - segundo cálculos de Polícia Militar de Alagoas - participaram, nesta tarde do ato público em defesa dos direitos dos trabalhadores e da Petrobrás. A manifestação, que contou com a participação de movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de sindicatos ligados à CUT - entre eles o sindicato dos Bancários e Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal) -, percorreu algumas ruas do centro da capital alagoana, passando diante do Palácio do Governo e da Assembleia Legislativa de Alagoas. A concentração aconteceu diante da sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Alagoas.
Segundo a presidente da CUT em Alagoas, Amália Fernandes, o ato desta sexta-feira tem como objetivo defender a democracia. “A CUT não deixará que os trabalhadores sofram o ônus de medidas fiscais pensadas para a economia”, defendeu. “Também não permitirá que a Petrobras, patrimônio do povo brasileiro, seja desconstruída por vontade de especuladores internacionais”, ressaltou Fernandes.
No Piauí, os protestos mobilizaram sindicatos e mais duas mil e quinhentas pessoas no centro de Teresina. O grupo reclamava direitos trabalhistas, contra a corrupção e em defesa da Petrobrás. A concentração aconteceu na Praça da Liberdade, ao lado do Palácio do de Karnak, sede do Governo do Piauí, pouco depois das 15h.O movimento foi organizado pela Central Única dos Trabalhadores e envolveu vários sindicatos e outras entidades. O presidente da CUT, Paulo Bezerra, informou que não se podem cortar direitos trabalhistas já adquiridos e falou dos escândalos de corrupção que tem surgido no país, principalmente, na Petrobrás.
A estrutura do movimento foi patrocinada pela CUT e demais sindicatos que usaram bandeiras, faixas e carros de som. Na manhã desta sexta, outro grupo, invadiu a sede da Eletrobras Piauí. Eles reclamaram contra o aumento da tarifa de energia. Durante o ato, a porta do prédio foi quebrada a pauladas e pedradas. Houve um pequeno tumulto, quando foi chamada a PM-PI para controlar a situação.
Segundo informações da PM, as pessoas eram de cidades do interior, que vieram para um movimento em Teresina.
No Tocantins, oa manifestação foi mais modesta e reuniu menos de 250 pessoas em Taquaralto, bairro distante 20 quilômetros do centro da capital de Palmas, capital do Estado. O número ficou aquém do esperado pelo presidente da entidade, José Roque Santiago, que previa a participação de mil pessoas, já que cerca de 750 haviam confirmado presença pelas redes sociais. "Muita gente está zangada com a presidente Dilma", disse um dos presentes, para justificar a pequena quantidade de participantes.
Questionado sobre os motivos da manifestação, Santiago repetiu o que foi divulgado durante toda a semana, pela CUT Nacional: preservação dos direitos dos trabalhadores, respeito à democracia, Petrobrás e reforma política. Mas o que se viu foram faixas e panfletos, defendendo a presidente - "Tô com Dilma, contra o golpe" -, e até bandeiras da campanha política do ano passado. Marcada para as 15h30, a passeata de pouco mais de um quilômetro, pela Avenida Tocantins, começou uma hora depois, com a chegada de quatro ônibus, trazendo integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST), a maioria do Acampamento Olga Benário, que fica em Fortaleza do Tabocão, a 150 quilômetros da capital.
Nenhum político nem autoridade participou do evento.
Na Paraíba, a manifestação reuniu mil pessoas, segundo a Polícia Militar da Paraíba. Grupos ligados a partidos políticos, organizações sindicais e de movimentos sociais se concentraram às 15h, no Parque Solon de Lucena, com cartazes, faixas e camisetas com muitos slogans, como "Votei na Dilma, respeitem minha escolha, a democracia e o Brasil".
O presidente da CUT-PB, Paulo Marcelo, disse que o ato conseguiu unir mais de 5 mil pessoas. Pelo Facebook, o evento teve mais de 700 confirmações. Os grupos saíram em direção ao Ponto de Cem Reis. Nas ruas, militantes políticos do PT, PSB, PC do B e PRB e militantes da União Nacional por Moradia Popular, Movimento Sem-Terra, Levante Popular da Juventude e Associações de Professores Federais.
Todos rejeitam a ideia de impeachment de Dilma Rousseff. Contra a corrupção, se mobilizam em favor da reforma política. "Queremos reforma política, democratização da mídia, mais conquistas e melhores empregos, por aumentos reais de salários, por saúde e educação de qualidade. Somos contra qualquer ato contra a democracia", disse Arimateia França, secretário de Comunicação da CUT. / Felipe Werneck, Antonio Pita, Clarissa Thomé, Fernanda Nunes, Carmen Pompeu, Ângela Lacerda, Diego Moura, Diego Emir, Leonardo Augusto, Carlos Nealdo, Marília Assunção, Luciano Coelho, Janaína Araújo e Célia Bretas