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Ataque a tiros contra o acampamento pró-Lula deixa duas pessoas feridas

Um homem foi atingido no pescoço e está na UTI. O ataque aconteceu na madrugada do dia 28 de abril, em Curitiba.

Publicado: 28 Abril, 2018 - 13h27

Escrito por: CUT

Neudicleia de Oliveira/Brasil de Fato
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O acampamento Marisa Letícia, localizado no bairro Santa Cândida, em Curitiba, onde desde o dia 7 de abril dormem trabalhadores e trabalhadoras, do campo e da cidade, de várias cidades do Brasil em apoio ao ex-presidente Lula, foi atacado a tiros por volta das quatro horas da madrugada deste sábado (28). Duas pessoas foram feridas, uma delas está hospitalizada. 

Jeferson Lima de Menezes, de São Paulo, levou um tiro no pescoço, foi socorrido e encaminhado a um hospital local. A autoria do ataque a tiros ainda não foi identificada até o momento. 

Segundo informações de trabalhadores do Acampamento Lula Livre, muitos carros passaram em frente ao local desde às duas da madrugada, gritando palavras de ordem e o nome de Jair Bolsonaro, candidato a presidente preferido pela extrema direita.

Após o ataque, os integrantes do acampamento realizaram uma manifestação em uma rua próxima para denunciar o atentado e o "estado de exceção que fere o direito de mobilização do grupo", além disso os acampados pediram agilidade por parte da Polícia e Justiça.

Após uma passeata do acampamento Marisa Leticia até a Vigília Lula Livre, os acampados deram o já tradicional bom dia ao ex-presidente Lula e denunciaram o atentado.  

Para Roni Barbosa, secretário nacional de Comunicção da CUT, e Regina Neves, presidenta da CUT-PR, e residentes em Curitiba, é vergonhoso ver a direita golpista destruir a boa imagem da capital e do estado do Paraná. Eles participaram da caminhada desta manhã, ao lado da vice-presidenta da CUT, Carmen Foro.

A vigília Lula Livre soltou uma nota de repúdio contra o atentado alegando que a "tentativa de homicídio" não intimidará os manifestantes, que terão presença massiva em Curitiba neste 1 de maio, Dia do Trabalho. O movimento também fala em "crônica anunciada", devido ao fato dos integrantes já terem sido atacados na região no momento em que houve a troca de local do acampamento. Segundo o texto, as atividades do acampamento seguem normais.

Veja a nota na íntegra:

A vigília Lula Livre e as diversas organizações que a integram repudiam de forma veemente o ataque a tiros contra o acampamento Marisa Letícia, ocorrido na madrugada de hoje (28) e que resultou em duas pessoas feridas, uma delas de forma grave, com um tiro no pescoço. 

A sorte de não ter havido vítimas fatais não diminui o fato da tentativa de homicídio, motivada pelo ódio e provocação de quem não aceita que a vigília é pacífica, alcança três semanas e vai receber um Primeiro de Maio com presença massiva em Curitiba. Não nos intimidarão!

No fundo, é uma crônica anunciada. Desde o dia quando houve a mudança de local de acampamento (17), cumprindo demanda judicial, integrantes do movimento social haviam sido atacados na região. Desde aquele momento, a coordenação da vigília já exigia policiamento e apoio de viaturas, como foi inclusive sinalizado nos acordos para mudança no local do acampamento.

“Nós desmanchamos o acampamento cumprindo ordem oficial. Fizemos a opção de ir para um terreno e seria garantida a segurança. Agora o que cobramos da Secretaria de Segurança Pública é investigação, que identifique o atirador”, enfatiza Dr Rosinha, presidente do PT estadual e integrante da coordenação da vigília.

Seguiremos com nossas atividades, lutas, programação e debates da vigília. A cada dia vai se tornando cada vez mais impressionante como, mesmo preso, a figura do ex-presidente Lula, a força moral que ganha, as denúncias contra a injustiça de sua prisão, tudo isso causa desespero nos seus algozes.

Por isso, estamos no caminho certo e venceremos! Em repúdio contra a violência, realizamos o trancamento da rua na região e seguiremos lutando.

Convocamos a sociedade e as pessoas que prezam pela democracia, pelo livre direito à expressão, pela diversidade de vozes na política, que somem-se a nós na vigília. Não aceitaremos tentativas de retrocesso que já nos custaram muitas lutas e vidas.

Vigília Lula Livre, 28 de abril de 2018.

A Confetam lamenta o ocorrido e ressalta que isto é um atentado contra a democracia. Para a presidenta, Vilaní Oliveira, "os fascistas, que vêm ganhando espaço na mídia e na sociedade, querem nos calar, querem tornar nossas dores invisíveis. Mas, não conseguiram. No 1º de Maio daremos a resposta no maior ato organizado pelos trabalhadores do Brasil", afirmou.