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Assédio Moral: o impacto na Saúde Mental dos Trabalhadores

Assédio moral é um tema bastante discutido na atualidade por profissionais de vários segmentos das diversas áreas que lidam direta e/ou indiretamente com a Saúde do Trabalhador.

Publicado: 15 Abril, 2014 - 00h00

É um problema que pode ter impacto direto na saúde mental do trabalhador, diminuindo sua qualidade laboral e aumentando, o absenteísmo (ato de não comparecer a algum lugar) e o chamado presenteísmo (ato de estar presente fisicamente, porém, realizando com dificuldade suas atividades devido a algum fator físico e/ou emocional).
Assédio moral, segundo Marie-France Hirigoyen, é “toda e qualquer conduta abusiva, manifestando-se, sobretudo, por comportamentos, palavras, atos, gestos, escritos que possam trazer danos à personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa, pôr em perigo seu emprego ou degradar o ambiente do trabalho”. Geralmente, assédio moral é entendido como atos repreensíveis e frequentes da chefia para com o subordinado (vertical descendente), todavia, há outras formas, como: o vertical ascendente, que ocorre dos subordinados para com a chefia; o horizontal, que acontece entre os próprios colegas de trabalho (mais conhecido como bullying). Também pode ocorrer assédio moral entre a clientela/usuários e o trabalhador e vice-versa, quando este trabalha diretamente com atendimento a algum grupo específico de pessoas, a exemplo de trabalhadores das áreas da saúde e educação. Além destes, ainda há o assédio moralorganizacional, no qual o ato lesivo, repetitivo e direcionado ao coletivo de pessoas e o assédio moral partidário, no qual o assédio ocorre direcionado ao grupo de pessoas que pensam diferentemente do grupo dominante, com imposição de constrangimentos que impedem a liberdade de pensar.
O assédio moral, seja qual for, retira do assediado sua dignidade pessoal, com impacto direto na saúde mental dessas pessoas. Com a autoestima ferida a pessoa pode apresentar alterações biológicas (como aumento da pressão arterial, descontrole do diabetes, baixa na sua imunidade falta (ou excesso) de apetite, insônia), ou psíquicas (depressão, ansiedade, alcoolismo e outras formas de dependência química). Sentindo-se doente o trabalhador passa a faltar com mais frequência, aumentando as taxas do absenteísmo, ou, se trabalha em péssimas condições aumentam o presenteísmo. Independente do assédio moral, a questão da saúde mental dos servidores tem sido identificada como uma da prioridade na busca por melhores condições de saúde no trabalho. Estudo anterior, realizado em uma parceria entre Vigilância em Saúde do Trabalhador/SESMT da Prefeitura, verificou que, excluídos os afastamentos por problemas na família, 11,89% dos afastamentos eram por problemas de saúde mental, que foi a segunda causa mais importante de afastamentos, sendo as doenças osteomusculares o problema que mais produziu afastamentos (Meotti, L.E.; BG, 2011). A busca por ambientes de trabalho saudáveis é um desafio permanente e deve ser um compromisso de todos.
Por Raquel Klosinski – Saúde do Trabalhador
Fonte: FEMERGS