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Análise de conjuntura: o maior desafio do movimento sindical é conquistar consciências

A reunião da direção da Confetam foi aberta com um debate sobre análise de conjuntura, com a presença do deputado Tadeu Veneri (PT), líder da oposição ao governador do Paraná, Beto Richa (PSDB).

Publicado: 02 Fevereiro, 2016 - 16h35

Escrito por: Confetam

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Vilani Oliveira, presidente da Confetam, e o deputado Tadeu Veneri em reunião da direção em Curitiba

Trinta e três dirigentes de onze federações estaduais (AL, BA, CE, MA, MG, PE, PR, RN, RS, SP e SC) participaram da primeira reunião do ano da direção nacional da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT). Realizado de 28 a 30 de janeiro, em Curitiba, o evento foi aberto pelo deputado estadual Tadeu Veneri (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Paraná e líder da bancada de oposição ao governo Beto Richa (PSDB).

O parlamentar fez uma análise de conjuntura lembrando que a disputa de classes pelo aumento/redução da jornada de trabalho – uma das principais bandeiras de luta do movimento sindical - é secular.  “A luta de classes não nasce com Marx, nasce da necessidade. Como diria José Saramago, não é a utopia que nos move. É a necessidade de construir um ambiente de trabalho menos enlouquecedor e uma jornada digna”, introduziu.

O deputado destacou que o maior desafio das entidades sindicais atualmente é conquistar consciências. “Disputamos não a realidade, mas o imaginário da sociedade”, enfatizou. Lembrando o filósofo marxista italiano Antonio Gramsci, Tadeu afirmou que os representantes dos trabalhadores e os veículos de comunicação do movimento sindical têm de estar preparados para disputar a hegemonia com os donos do poder, particularmente em 2016 - um ano eleitoral -, estabelecendo assim um contraponto às grandes redes de comunicação de massa.

Trabalhadores que votam em candidatos da direita

“O movimento sindical tem de avançar para além da disputa do salário e lutas econômicas. Se não for além, vamos passar mais 300 anos combatendo um modelo equivocado, no qual os trabalhadores votam em candidatos da direita”, alertou.

Citando o jurista brasileiro Raimundo Faoro, Tadeu assinalou que os “donos do poder” no Brasil, desde a colonização, ainda são os mesmos. E são eles os maiores lobistas da aprovação do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional. “Aquilo que conquistamos pela democracia não pode ser retirado por um golpe”, defendeu.

O deputado criticou a falta de comunicação do governo federal, que não conseguiu anunciar as conquistas alcançadas pelo povo brasileiro nos 12 anos de gestão do Partido dos Trabalhadores (PT). “Nós não evangelizamos. Tiramos 45 milhões de pessoas da pobreza, mas não anunciamos a boa nova. Não conseguimos construir uma rede de comunicação. É preciso que se crie canais de comunicação efetivos. O desafio é começar a pensar a disputar o imaginário no mundo real e voltar para a base”, reforçou.

Diversidade de forças políticas

O debate sobre análise de conjuntura contou com a participação da presidente da Confetam, Vilani Oliveira; da secretária de Relações do Trabalho da Central Única dos Trabalhadores (CUT Nacional), Graça Costa; e da presidente da Federação dos Sindicatos dos Servidores Municipais Cutista do PR (Fessmuc), Cibele Cristina.

Também participaram da mesa de discussões representantes das diversas forças políticas que compõem a Confederação. “Essa prática nos garante a pluralidade de pensamentos, principal combustível que move a democracia interna da Confetam”, afirmou a presidente da entidade, Vilani Oliveira.