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“Abril vermelho” vai preparar a greve geral do dia 28

Lideranças terão um mês para construir paralisação nacional

Publicado: 30 Março, 2017 - 11h25

Escrito por: Igor Carvalho

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Mulheres dirigentes representaram o Ramo dos Municipais na reunião da direção nacional

Em reunião da Direção Nacional da CUT, realizada nesta quarta-feira (29), em Brasília, o presidente da entidade, Vagner Freitas, afirmou que a Central deve promover um “abril vermelho”, com diversas ações que contribuam para a afirmação da data de 28 de abril como “a maior greve geral da história brasileira”.

“Não existe greve geral sem convencimento da classe trabalhadora. Greve geral não é movimento vanguardista, é movimento de massa. Será um mês inteiro para conversar em todas as periferias, em cada igreja do Brasil, em cada sindicato, em cada viela. Vamos falar com cada parlamentar e ele terá que entender que se ficar de mãos dadas com o Temer, vai fracassar com ele e não se elegerá em 2018”, afirmou o presidente CUTista.

De acordo com Vagner Freitas, a resposta popular aos atos organizados no último dia 15 de março (Dia Nacional de Paralisação) trará força para a greve geral. “Nós temos condição de criar um amplo movimento contra a perda de direitos no Brasil. A partir disso, temos força política para fazer o ‘Fora Temer’ e para pedir ‘Diretas Já’.”

Para o presidente CUTista, outro fator fundamental para a construção da greve geral é a unidade entre os movimentos sindical e sociais em torno da mesma pauta.

“Essa reunião é importante para fortalecer nosso grau de unidade interna. Nós somos, hoje, a entidade de esquerda com maior capacidade de integração, temos sido fundamentais na construção da unidade da esquerda. Se estivermos unificados, com as Frentes e as centrais, entraremos para a história desse país. Lá na frente, dirão do papel fundamental que a Central desempenhou na defesa da classe trabalhadora”, encerrou Vagner.

A avaliação de Vagner Freitas foi referendada por dirigentes de todo o país. Dentre eles, Milton Rezende, secretário-adjunto de Meio Ambiente da CUT, que também ressaltou o papel da Central no resistência ao golpe. “A CUT, desde o golpe, tem dado uma aula de unidade política interna e externa. Retomamos a luta com mobilizações muito fortes. Ainda não cumprimos a tarefa principal que é derrotar esse governo.”

Alvo da greve geral, a Terceirização e as Reformas, da Previdência e Trabalhista, estão em tramitação no Congresso Nacional. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), convidado da reunião da Direção Nacional da CUT, destacou em sua análise que o governo já não possuiu a mesma força política que tinha para aprovar as reformas.

“No projeto de terceirização, foram 239 votos. Hoje, eles não têm os 350 votos para aprovar a Reforma da Previdência. Já tem muito parlamentar de olho na eleição de 2018 e sabe que se der a mão para o Temer com essas reformas, tá morto eleitoralmente”, afirmou Lindbergh.

A Secretaria Geral da CUT propôs uma série de ações para reforçar a greve geral, como plenárias estaduais e regionais; Reuniões nos estados para organizar a paralisação dos transportes; Criação do comando local de greve; Panfletagem nos locais de trabalho; Pressão nas bases parlamentares nos munícipios; Pressão direta sobre os deputados nos aeroportos e com acampamentos diante de suas residências, entre outros.

Uma comissão de mulheres dirigentes representou o Ramo dos Municipais na reunião. Estiveram presentes as secretárias de Relações do Trabalho e da Mulher Trabalhadora da CUT Nacional, Graça Costa e Junéia Batista, a secretária de Finanças da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), Paula Leite, a presidente da Federação dos Servidores Públicos Municipais do Estado do Mato Grosso do Sul, Dilma Gomes, entre outras lideranças.