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Abril: 8% das categorias tiveram aumento acima da inflação

Segundo o DIEESE, o percentual de reajustes abaixo da inflação seguiu em alto patamar para categorias com data-base em abril.

Publicado: 30 Maio, 2022 - 12h16

Escrito por: Thiago Marinho

Divulgação
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Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o percentual de reajustes abaixo da inflação seguiu em alto patamar para categorias com data-base em abril, aponta o boletim “De olho nas negociações”. Entre 163 casos analisados até o momento, 46% não repuseram as perdas, mesmo nível dos que obtiveram reajustes iguais à variação anual do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apenas 8% das categorias obtiveram resultados acima do indicador referência para as negociações salariais no país em abril. É a menor proporção de reajustes com ganhos reais em 2022 e a segunda menor proporção nas últimas 15 datas-bases, acima apenas de novembro de 2021.

“Os sindicatos e as federações acompanhados pela Confetam têm promovido uma grande batalha para a conquista da reposição inflacionária, mas a crise agravada pela alta de preços, sem perspectiva de queda, que a cada hora reajusta os preços dos combustíveis dificultam as negociações”, analisa Jucélia Vargas, presidenta da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT).

A prova é a variação real média dos reajustes, que em abril foi de - 0,76%, resultado pior que o das negociações com data-base em março. Em todas as últimas 15 datas-bases, a variação real dos reajustes foi negativa, especialmente em julho de 2021 (-1,94%).

Conforme o documento do Dieese, “houve ligeira piora no quadro geral das negociações dos reajustes salariais de 2022 em relação ao analisado no boletim anterior, publicado em abril”. No acumulado do ano, os reajustes salariais abaixo da inflação representam agora 40,8% do total, em percentuais iguais à inflação são 31,6% e resultados acima do índice inflacionário equivalem a 27,6%.

De janeiro a abril, reajustes iguais e acima da inflação foram mais frequentes no comércio, presentes em cerca de 67% das negociações analisadas. Em seguida vem as negociações na indústria, nas quais 64% repuseram a inflação. Mas os aumentos reais foram mais regulares na indústria (29,4%) que no comércio (17,1%). O setor de serviços ostenta a maior proporção de reajustes abaixo (45,1%) e acima (29,8%) do INPC.

O Dieese lembra que maio é o mês mais importante. Como é a data-base de categorias importantes, como petroleiros, químicos e bancários, acaba dando o tom das negociações do ano.